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SOMOS FILHOS DE UM DEUS, QUE NOS AMA INCONDICIONALMENTE, APESAR DE SERMOS FALHOS E IMPERFEITOS.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009


Escrever na Areia
Certa feita, dois amigos, Mussa e Nagib, viajavam pelas estradas que
recortam as tristes e sombrias montanhas da Pérsia. Eram nobres e ricos e
andavam acompanhados por seus servos e ajudantes. Certa manhã, chegaram
as margens de um grande rio barrento e impetuoso. Para que continuassem o
caminho, era preciso transpor a corrente ameaçadora. Porém, ao saltar de
uma pedra, Mussa foi infeliz e caiu no torvelinho espumante das águas em
revolta. Teria ali perecido, arrastado para o abismo, se não fosse Nagib. Este,
sem a menor hesitação, atirou-se à correnteza, livrando da morte seu
companheiro de jornada.
Mussa, já sob uma coberta quente e confortável, ordenou que o mais
hábil de seus servos gravasse na face lisa de uma pedra, que ali se erguia, esta
legenda admirável. O servo gravou:
"VIAJANTE, NESTE LUGAR COM RISCO DA PRÓPRIA VIDA, NAGIB
SALVOU HEROICAMENTE SEU AMIGO MUSSA".
Feito isso, prosseguiram com suas caravanas pelos caminhos do
Oriente.
Cinco meses depois, durante a viajem de regresso, encontravam-se os
dois amigos naquele mesmo lugar perigoso e trágico. E, como estavam
fatigados resolveram repousar à sombra acolhedora da pedra que ostentava a
honrosa inscrição feita por Mussa.
Já acomodados na areia clara, começaram a conversar, e, eis que por
motivo fútil, surgiu de repente grave desavença entre os dois companheiros.
Discordaram. Discutiram. E então Nagib exaltado em um ímpeto de grande
cólera esbofeteou brutalmente o amigo.
Mussa, sem dizer palavra alguma, não revidou a ofensa. Ergueu-se e
tomando tranqüilo o seu bastão andou até a margem do grande rio. Ali
escreveu na areia, ao pé do negro rochedo:
"VIAJANTE, NESTE LUGAR POR MOTIVO FÚTIL, NAGIB INJURIOU
GRAVEMENTE SEU AMIGO MUSSA".
Surpreendido com o estranho ato, um dos ajudantes de Mussa observou
respeitosamente:
— Senhor, da primeira vez, para exaltar a coragem de Nagib, mandaste
gravar na pedra o feito heróico. E agora que ele acaba de ofendê-lo tão
gravemente, o senhor limita-se a escrever na areia incerta o ato de covardia.
— acrescentou mais: — A primeira legenda ficará para sempre. Todos os que
transitarem por este sítio, dela terão notícia. Esta outra porém, riscada na
areia, antes do cair da tarde terá desaparecido!
Mussa fitou o humilde servo e esclareceu:
— A razão é simples. O beneficio que recebi de Nagib permanecerá
para sempre em meu coração. Mas a injúria... essa negra injúria... escrevo na
areia, com o voto de que ela desapareça rapidamente não só do local onde a
registrei mas também das minhas lembranças.
Meu amigo, ai está a grande verdade. Aprenda a gravar na pedra os
favores que você recebe, os benefícios que lhe fazem, as palavras de carinho,
simpatia e outras tantas que ouvir. Porém aprenda a escrever na areia as
injurias, as ingratidões, as ironias que lhe ferirem a vida. Só dessa maneira
serás feliz.
"Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai
celestial vos perdoará a vós;" Mateus 6:14.

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